Assiste-se a uma degradação da democracia, no que ela tem de sistema político, de representação da maioria expressa no voto.
A discussão é global, como o atestam iniciativas como a da BBC – Why democracy? (http://www.whydemocracy.net/)
A somar à evidente falta de participação (níveis altíssimos de abstenção) e à crítica expressa nos ignorados votos em branco, encontramos as opiniões expressas em todos os círculos (dos blogs às conversas de café, dos serões de família aos artigos de jornal) que apontam para a ausência de alternativas credíveis de governação no seio dos partidos. Queixamo-nos de uma classe política pouco dedicada ao serviço público, motivada por interesses particulares ou ao serviço dos grandes interesses.
Aparecem cada vez mais movimentos de cidadãos que se organizam fora dos partidos, mas também eles parecem condenados ao fracasso.
O civismo, a participação na coisa pública, o sentimento de responsabilidade para com os demais parece estar demasiado (e perigosamente) ausente da prática dos portugueses.
Podem-se apontar os efeitos de uma economia liberal, a globalização, a superpresença desde tenra idade dos meios de comunicação audio visuais e tecnologia informática, que “empurram” para o consumismo, individualismo e não favorecem a reflexão, a criação ou a solidariedade, que tendem a massificar e nivelar por baixo.
Por outro lado, a falta de independência nacional a nível económico (sentimos que a economia é comandada pelas multinacionais, os jogos do petróleo ou das bolsas) e político (a UE, a ONU, a NATO) associada à inexistência de uma forte identidade ou desígnio nacional conduzem a este estado de espírito demissionário.
“Somos comandados a partir de fora. Não há nada a fazer.”
Será que não?
Friday, November 23, 2007
Monday, November 19, 2007
Até que enfim!
Wednesday, November 14, 2007
Seu Jorge II
Ah! É favor desculpar a qualidade da filmagem, que é o melhor que o meu telemóvel permite...
Uma das letras que me atraiu foi "Negro Drama" de Mano Brown, talvez pela forma como foi cantada por Seu Jorge:
Uma das letras que me atraiu foi "Negro Drama" de Mano Brown, talvez pela forma como foi cantada por Seu Jorge:
NEGRO DRAMA, Entre e o sucesso, e a lama. Dinheiro, problemas, Invejas, luxo, fama.
NEGRO DRAMA, Cabelo crespo. E a pele escura. A ferida a chaga, a procura da cura.
NEGRO DRAMA, Tenta vê, e não vê nada, a não ser uma estrela, longe meio ofuscada.
Sente o Drama, o preço, a cobrança, no amor, no ódio, a insana vingança.
NEGRO DRAMA, Eu sei quem trama. E quem tá comigo, o trauma que eu carrego, pra não ser mais um Preto Fudido.
O drama da cadeia e favela, túmulo, sangue, sirene, choros e velas,
Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia que sobrevivem, em meia zorra e covardias, periferias,vielas e curtiços,
Você deve tá pensando, o que você tem haver com isso, desde o inicio, por ouro e prata, olha quem morre, Então veja você quem mata, recebe o mérito, a farda, que pratica o mal,
Me vê, pobre, preso ou morto. Já é cultural, histórias, registros, escritos.
Não é conto, nem fábula, lenda ou mito.
Não foi sempre dito, que preto não tem vez, então olha o castelo e não, foi você quem fez Cuzão.
Eu sou irmão, dos meus truta de batalha, eu era a carne, agora sou a própria navalha.
Tim..Tim..um brinde pra mim, sou exemplo, de vitórias, trajetos e glórias.
O dinheiro tira um homem da miséria, mas não pode arrancar, de dentro dele, a Favela.
São poucos, que entram em campo pra vencer, a alma guarda, o que a mente tenta esquecer.
Olho pra traz, vejo a estrada que eu trilhei, mó corre, quem teve lado a lado, e quem só ficou na bota, entre as frases, fases e várias etapas, Do quem é quem, dos Manos e das Minas fraca, Hum..
NEGRO DRAMA de estilo. Pra ser, se for, tem que ser, se temer é milho.
Entre o gatilho e a tempestade, sempre a provar, que sou homem e não covarde.
Que Deus me guarde, pois eu sei, que ele é neutro, vigia os ricos, mas ama os que vem do Gueto.
Eu visto Preto, por dentro e por fora,
Guerreiro, poeta entre o tempo e a memória, hora.
Nessa história, vejo o dolar, e vários quilates. Falo pro mano, que não morra, e também não mate. O Tic Tac, não espera veja o ponteiro, essa estrada é venenosa, e cheia de morteiro. Pesadelo. Hum...
É um elogio, pra quem vive na guerra, A PAZ Nunca existiu, num clima quente, a minha gente soa frio. Vi um pretinho, seu caderno era um fuzil.
NEGRO DRAMA,
Crime, futebol, música, caraio, eu também, consegui fugir disso aí, eu sou mais um, Forrest Gump é mato, eu prefiro contá uma história real. Vô conta a minha... Daria um filme. Uma negra, e uma criança nos braços, solitária na floresta, de concreto e aço.
Veja, olha outra vez, o rosto na multidão, a multidão é um monstro, sem rosto e coração.
Hey, São Paulo, terra de arranha-céu, a garoa rasga a carne, é a Torre de Babel.
Família Brasileira, 2 contra o mundo, mãe solteira, de um promissor, vagabundo,
Luz, câmera e acção. Gravando a cena vai, o bastardo, mais um filho pardo, sem pai.
Hey, Senhor de engenho, eu sei, bem quem é você, é sozinho, cê num guenta, sozinho, se num guenta a pé. Se disse que era bom, e as favela ouviu,mas também tem Whiski, e Red Bull, Tênis Nike, Fuzil.
Admito, seu carro é bonito, Hé, E eu não sei fazer, internet, video-cassete, os carro loko,
Atrasado, Eu tô um pouco sim, tô. Eu acho sim, só que tem que, seu jogo é sujo, e eu não me encacho, eu sô problema de montão, de carnaval a carnaval. Eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal.
Problema com escola, eu tenho mil. Mil fita, inacreditável, mas seu filho me imita. No meio de vocês, ele é o mais esperto. Ginga, fala gíria, gíria não dialeto. Esse não é mais seu, Hó, Subiu.
Entrei pelo seu rádio, tomei, se nem viu, nós é isso, aquilo, o que, senão dizia, seu filho quer ser preto. Rhá, que ironia,
Cola o pôster do Tupac ae. Que tal. Que se diz. Sente o NEGRO DRAMA. Vai, tenta ser feliz.
Hey bacana, quem te fez tão bom assim, o que se deu, o que se faz, o que se fez por mim,
Eu recebi seu Tic, quer dizer Kit, de esgoto a céu aberto, e parede madeirite. De vergonha eu não morri, tô firmão, eis me aqui. Você não, cê não passa, quando o Mar Vermelho abrir.
Eu sou o mano Homem duro, do gueto, Brown. Oba, aquele loko, que não pode errar, aquele que você odeia, mas nesse instante, pele parda, ouço Funk.
E de onde vem, os diamante, da lama. Valeu mãe,
NEGRO DRAMA, DRAMA, DRAMA.
NEGRO DRAMA, Cabelo crespo. E a pele escura. A ferida a chaga, a procura da cura.
NEGRO DRAMA, Tenta vê, e não vê nada, a não ser uma estrela, longe meio ofuscada.
Sente o Drama, o preço, a cobrança, no amor, no ódio, a insana vingança.
NEGRO DRAMA, Eu sei quem trama. E quem tá comigo, o trauma que eu carrego, pra não ser mais um Preto Fudido.
O drama da cadeia e favela, túmulo, sangue, sirene, choros e velas,
Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia que sobrevivem, em meia zorra e covardias, periferias,vielas e curtiços,
Você deve tá pensando, o que você tem haver com isso, desde o inicio, por ouro e prata, olha quem morre, Então veja você quem mata, recebe o mérito, a farda, que pratica o mal,
Me vê, pobre, preso ou morto. Já é cultural, histórias, registros, escritos.
Não é conto, nem fábula, lenda ou mito.
Não foi sempre dito, que preto não tem vez, então olha o castelo e não, foi você quem fez Cuzão.
Eu sou irmão, dos meus truta de batalha, eu era a carne, agora sou a própria navalha.
Tim..Tim..um brinde pra mim, sou exemplo, de vitórias, trajetos e glórias.
O dinheiro tira um homem da miséria, mas não pode arrancar, de dentro dele, a Favela.
São poucos, que entram em campo pra vencer, a alma guarda, o que a mente tenta esquecer.
Olho pra traz, vejo a estrada que eu trilhei, mó corre, quem teve lado a lado, e quem só ficou na bota, entre as frases, fases e várias etapas, Do quem é quem, dos Manos e das Minas fraca, Hum..
NEGRO DRAMA de estilo. Pra ser, se for, tem que ser, se temer é milho.
Entre o gatilho e a tempestade, sempre a provar, que sou homem e não covarde.
Que Deus me guarde, pois eu sei, que ele é neutro, vigia os ricos, mas ama os que vem do Gueto.
Eu visto Preto, por dentro e por fora,
Guerreiro, poeta entre o tempo e a memória, hora.
Nessa história, vejo o dolar, e vários quilates. Falo pro mano, que não morra, e também não mate. O Tic Tac, não espera veja o ponteiro, essa estrada é venenosa, e cheia de morteiro. Pesadelo. Hum...
É um elogio, pra quem vive na guerra, A PAZ Nunca existiu, num clima quente, a minha gente soa frio. Vi um pretinho, seu caderno era um fuzil.
NEGRO DRAMA,
Crime, futebol, música, caraio, eu também, consegui fugir disso aí, eu sou mais um, Forrest Gump é mato, eu prefiro contá uma história real. Vô conta a minha... Daria um filme. Uma negra, e uma criança nos braços, solitária na floresta, de concreto e aço.
Veja, olha outra vez, o rosto na multidão, a multidão é um monstro, sem rosto e coração.
Hey, São Paulo, terra de arranha-céu, a garoa rasga a carne, é a Torre de Babel.
Família Brasileira, 2 contra o mundo, mãe solteira, de um promissor, vagabundo,
Luz, câmera e acção. Gravando a cena vai, o bastardo, mais um filho pardo, sem pai.
Hey, Senhor de engenho, eu sei, bem quem é você, é sozinho, cê num guenta, sozinho, se num guenta a pé. Se disse que era bom, e as favela ouviu,mas também tem Whiski, e Red Bull, Tênis Nike, Fuzil.
Admito, seu carro é bonito, Hé, E eu não sei fazer, internet, video-cassete, os carro loko,
Atrasado, Eu tô um pouco sim, tô. Eu acho sim, só que tem que, seu jogo é sujo, e eu não me encacho, eu sô problema de montão, de carnaval a carnaval. Eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal.
Problema com escola, eu tenho mil. Mil fita, inacreditável, mas seu filho me imita. No meio de vocês, ele é o mais esperto. Ginga, fala gíria, gíria não dialeto. Esse não é mais seu, Hó, Subiu.
Entrei pelo seu rádio, tomei, se nem viu, nós é isso, aquilo, o que, senão dizia, seu filho quer ser preto. Rhá, que ironia,
Cola o pôster do Tupac ae. Que tal. Que se diz. Sente o NEGRO DRAMA. Vai, tenta ser feliz.
Hey bacana, quem te fez tão bom assim, o que se deu, o que se faz, o que se fez por mim,
Eu recebi seu Tic, quer dizer Kit, de esgoto a céu aberto, e parede madeirite. De vergonha eu não morri, tô firmão, eis me aqui. Você não, cê não passa, quando o Mar Vermelho abrir.
Eu sou o mano Homem duro, do gueto, Brown. Oba, aquele loko, que não pode errar, aquele que você odeia, mas nesse instante, pele parda, ouço Funk.
E de onde vem, os diamante, da lama. Valeu mãe,
NEGRO DRAMA, DRAMA, DRAMA.
Seu Jorge, valeu!
Numa decisão repentina, fomos ver o Seu Jorge ao Teatro Mundial num espectáculo intimista para não mais de 200 pessoas, que nos rendeu duas horas de encantamento e boa disposição.
A simplicidade da comunicação e o bom humor não retiraram uma vírgula a meia dúzia de mensagens importantes, ditas entre episódios de vida e muito boa música.
Valeu muito a pena!
Monday, November 12, 2007
Corrida pela Terra



Está em Lisboa o Earthrace. Estacionado no cais de Alcântara, é sem dúvida um belo e elegante trimaran (nunca sei como chamar as coisas pelos nomes certos no meio naval)!
A ideia de demonstrar as potencialidades do biodiesel através de um caso extremo, também parece resultar bem.
Foi desenhado com um sistema de perfuração das ondas que se torna fundamental para bater o recorde de circumnavegação do globo. Permite ao barco avançar continuamente em alta velocidade, tanto quando o mar está calmo como agitado.
Pode acompanhar o percurso através do Tracplus (o pequeno globo à direita) em http://www.earthrace.net/
Prazeres
Como é possível?
Segundo o site www.cienciahoje.pt "a Organização Mundial de Saúde indicou recentemente que o mundo conta agora com mais adultos com excesso de peso do que com pessoas subnutridas. Segundo a OMS, mais de mil milhões de adultos são vítima de excesso de peso, dos quais pelo menos 300 milhões são obesos, enquanto 800 milhões passam fome."
Não ter nada para comer, deixa muito poucas opções e torna a existência de fome - embora inaceitável - explicável.
Ter variedade e quantidade, estar informado dos perigos de uma alimentação anormal, torna a obesidade um indício de falta de disciplina, de controlo e, de certa maneira, de inteligência.
Não ter nada para comer, deixa muito poucas opções e torna a existência de fome - embora inaceitável - explicável.
Ter variedade e quantidade, estar informado dos perigos de uma alimentação anormal, torna a obesidade um indício de falta de disciplina, de controlo e, de certa maneira, de inteligência.
Saturday, November 10, 2007
Teorias
A teoria é olhada com desconfiança pelos tecnocratas.
Temem o "atraso" que provoca na marcha para diante. Entende-se que se queira avançar pelo efeito paralisador que tiveram anos de governação sem espinha dorsal, de medidas avulsas, excesso de diálogo e de meios.
Mas hoje em dia governa-se sem Norte, segue-se no regime de navegação à vista.
A reflexão é urgente porque não podemos ignorar os efeitos de agir sem planeamento. Porque são evidentes as falências do sistema, até à escala global. E porque não devemos perpetuar o erro.
É claro que pode acontecer que à chegada ao abismo esteja a solução.
Que a mudança de comportamentos que se exige, só se consiga, não por reflexão e conscientemente, mas por inevitabilidade.
As pessoas parecem conseguir reagir apenas aos cenários extremos e reconstruir a partir do nada.
A iniciativa da Gulbenkian de promover um debate sobre o Estado do Mundo é tão ambiciosa quanto louvável. Convidou pensadores que levaram a cabo um ciclo de lições "A urgência da teoria", com reflexões que deveriam ter sido alvo de atenção, discussão e publicidade.
Infelizmente, temo que as ideias, sugestões, críticas e análises que poderiam ser tão estimulantes, vão ficar encerradas no papel e nas prateleiras de alguns poucos, que acabam por as consumir como romances, incapazes de suster a onda de indiferença que nos atinge.
Temem o "atraso" que provoca na marcha para diante. Entende-se que se queira avançar pelo efeito paralisador que tiveram anos de governação sem espinha dorsal, de medidas avulsas, excesso de diálogo e de meios.
Mas hoje em dia governa-se sem Norte, segue-se no regime de navegação à vista.
A reflexão é urgente porque não podemos ignorar os efeitos de agir sem planeamento. Porque são evidentes as falências do sistema, até à escala global. E porque não devemos perpetuar o erro.
É claro que pode acontecer que à chegada ao abismo esteja a solução.
Que a mudança de comportamentos que se exige, só se consiga, não por reflexão e conscientemente, mas por inevitabilidade.
As pessoas parecem conseguir reagir apenas aos cenários extremos e reconstruir a partir do nada.
A iniciativa da Gulbenkian de promover um debate sobre o Estado do Mundo é tão ambiciosa quanto louvável. Convidou pensadores que levaram a cabo um ciclo de lições "A urgência da teoria", com reflexões que deveriam ter sido alvo de atenção, discussão e publicidade.
Infelizmente, temo que as ideias, sugestões, críticas e análises que poderiam ser tão estimulantes, vão ficar encerradas no papel e nas prateleiras de alguns poucos, que acabam por as consumir como romances, incapazes de suster a onda de indiferença que nos atinge.
Friday, November 09, 2007
Thursday, November 08, 2007
bem visto
Belo comentário que a minha amiga A. fez "os melhores anos da minha vida foram os anos 40, ainda que não tivesse nascido! Deram-me um imaginário com tanto glamour..."
Desapareceram também!
arranjadoras de meias de vidro; entregador de jornais; leiteira; polícia sinaleiro
Desapareceram!
lápis com tabuada; livrinho de significados; papel mata borrão; cartões de visita de luto; envelopes forrados a papel de seda; chapéus de chuva de chocolate; jogo de furos da Regina; chicletes em forma de cigarro; máquinas de afiar lápis; máquina de escrever; transferidor; tipómetro; tira-linhas; letraset; papel colorido da mecanorma; isqueiros de pedra de cozinha; máquina de cegar caldo verde; disquete e floppy disk; porta bolos de confeitaria; carrinhos de rolamentos; pão com marmelada; bolinhas de serradura com elástico; aquele jogo de duas bolas que faziam negras nas mãos...
nem com good will
"Do ponto de vista estratégico, a criança deve ser encarada como o cliente do futuro que, enquanto cresce, vai «armazenando» good will boa vontade em relação às marcas que a elegeram como target público alvo nas suas campanhas de marketing e comunicação. E será precisamente esse good will boa vontade que influenciará as suas decisões de consumo adultas. Numa perspectiva táctica, as crianças já detêm um certo poder na nossa sociedade de grande consumo: se, por um lado, é habitual disporem de algum pocket money economias para gerir, por outro, têm vindo a ganhar influência nos consumos familiares. Um fenómeno emergente conhecido como o Pesting Power Poder de Enfernizar..."
Não resisti a colocar neste texto - que retirei de uma edição do Briefing, se não estou em erro, a propósito de um estudo sobre consumidores de palmo e meio - as traduções das expressões típicas do vocabulário inglês do marketing. Há sempre quem diga que a linguagem do mercado é internacional, sinónimo de cosmopolitismo e inteligível para todos. Eu discordo. Parecem-me ridículas estas frases de construção portuguesa e decoração inglesa.
Mas a parte pior deste recorte é o pensamento necrófago por detrás da ideia apresentada: os adultos produtores espreitam o pequeno consumidor em desenvolvimento, alimentando-lhe os apetites de aquisição, para adiante os atacarem. Wicked!
Não resisti a colocar neste texto - que retirei de uma edição do Briefing, se não estou em erro, a propósito de um estudo sobre consumidores de palmo e meio - as traduções das expressões típicas do vocabulário inglês do marketing. Há sempre quem diga que a linguagem do mercado é internacional, sinónimo de cosmopolitismo e inteligível para todos. Eu discordo. Parecem-me ridículas estas frases de construção portuguesa e decoração inglesa.
Mas a parte pior deste recorte é o pensamento necrófago por detrás da ideia apresentada: os adultos produtores espreitam o pequeno consumidor em desenvolvimento, alimentando-lhe os apetites de aquisição, para adiante os atacarem. Wicked!
Façam-me a fineza de mudar!


Já não pode haver dúvida de que estamos a sofrer as consequências do aquecimento global, aqui e agora. Não se trata de uma previsão ou cenário, mas de uma realidade que afecta todos e que provavelmente não tem retorno.
Deveríamos estar a discutir não como evitar, mas como enfrentar essa realidade.
Deveríamos estar a discutir não como evitar, mas como enfrentar essa realidade.
E a atitude mais aconselhável prende-se muito mais com a mudança de comportamentos do que a com a busca de soluções que perpetuem o aumento do consumo.
Mas os estados e as empresas insistem em investir em força nas energias alternativas que permitam manter o mesmo grau desenfreado de consumo, em vez de educar e conter a ânsia de ter e usar.
O Less is More que Mies van der Rohe usou para definir uma arquitectura minimalista "de pele e osso", favorecedora do essencial, apresenta-se como uma boa receita para o nosso tempo.
Irritante é, porém, perceber que por muito evidentes que estas verdades se mostrem, não parece haver forma de convencer as pessoas a arrepiarem caminho e enveredarem por formas mais inteligentes de passar pelo mundo.
Estamos condenados a assistir à asneira, ao nonsense, como se ele fosse normal e admissível.
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