Friday, November 23, 2007

Democracia

Assiste-se a uma degradação da democracia, no que ela tem de sistema político, de representação da maioria expressa no voto.

A discussão é global, como o atestam iniciativas como a da BBC – Why democracy? (http://www.whydemocracy.net/)

A somar à evidente falta de participação (níveis altíssimos de abstenção) e à crítica expressa nos ignorados votos em branco, encontramos as opiniões expressas em todos os círculos (dos blogs às conversas de café, dos serões de família aos artigos de jornal) que apontam para a ausência de alternativas credíveis de governação no seio dos partidos. Queixamo-nos de uma classe política pouco dedicada ao serviço público, motivada por interesses particulares ou ao serviço dos grandes interesses.
Aparecem cada vez mais movimentos de cidadãos que se organizam fora dos partidos, mas também eles parecem condenados ao fracasso.

O civismo, a participação na coisa pública, o sentimento de responsabilidade para com os demais parece estar demasiado (e perigosamente) ausente da prática dos portugueses.
Podem-se apontar os efeitos de uma economia liberal, a globalização, a superpresença desde tenra idade dos meios de comunicação audio visuais e tecnologia informática, que “empurram” para o consumismo, individualismo e não favorecem a reflexão, a criação ou a solidariedade, que tendem a massificar e nivelar por baixo.

Por outro lado, a falta de independência nacional a nível económico (sentimos que a economia é comandada pelas multinacionais, os jogos do petróleo ou das bolsas) e político (a UE, a ONU, a NATO) associada à inexistência de uma forte identidade ou desígnio nacional conduzem a este estado de espírito demissionário.
“Somos comandados a partir de fora. Não há nada a fazer.”

Será que não?

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