Thursday, October 30, 2008

projecto


Por agora é apenas a imagem que identifica o que pretendo fazer.

Wednesday, October 29, 2008

fast forward


Habitualmente parece que temos mais facilidades em congregar os nossos esforços para registarmos e fixarmos as coisas más que nos sucedem, ou que sucedem ao mundo e com as quais nos indignamos.
É verdade que o sofrimento traz crescimento, mas enfrentá-lo não significa apenas coleccionar ou tomar conhecimento dos aspectos negativos. Alimentar a "crise" não nos predispõe à sua resolução, pelo contrário, encasula-nos e desmoraliza de forma contagiante.

Por isso decidi focar-me em coisas boas, convocar boas ideias, boas memórias.
Decidi relativizar, porque, como dizia um amigo meu "antes ser quem sou hoje do que rei há 300 anos, sem internet!", sabendo que temos hoje acesso a mais conhecimento e tecnologia do que nunca, temos uma esperança de vida crescente e duplicada em relação a dois séculos atrás, experimentámos bem estar e temos uma quantidade de bens impensável há algumas décadas, queixarmo-nos da crise é ter memória curta e ignorar que se pode ser feliz com menos.
E decidi adoptar um olhar optimista, pensando que esta é uma boa oportunidade de se redescobrirem outros valores, menos materiais, de assentar a nossa tranquilidade na velha fórmula do "ser em vez do ter".

É que já não se aguenta tanto "zinzento"!

As imagens, de contraste notável, pertencem a um estudo de Peter Menzel sobre a alimentação no mundo (Hungry Planet) em www.menzelphoto.com/books

Tuesday, October 28, 2008

não!

Não!
É uma frase completa, não o início de um processo de negociação.

em Oprah Winfrey

Saturday, October 04, 2008

é mais pelo prazer da lista...

tirar roupa da corda
estender roupa
paginar um capítulo do livro
mandar mails
tirar loiça da máquina
arrumar loiça
pôr roupa na máquina
limpar vidros
arrumar roupa
limpar a cozinha
limpar a varanda
reciclar lixo

Hoje, sábado, fui ler para a Gulbenkian. Ler em pé, prazer raramente feito em comum.
Weltliteratur. É uma exposição estranha para os dias de hoje, de frenesim, em que se acredita que o movimento salva tudo e desperta o interesse.
Esta exposição pode não ser para todos, mas ainda bem que existe, porque os que lá vão
permanecem por prazer. As palavras lidas são mais ricas a despertar emoções.

fazer compras
arrumar compras
estender roupa
pôr roupa na máquina
fazer cama de lavado
aspirar a casa
limpar o pó
limpar as casas de banho
estender a roupa
dobrar meias
fazer jantar


não me estou a queixar! nem fiz tudo sozinha, mas esta lista ajudou-me a perceber porque é que às vezes ando cansada e a quantidadde de trabalho que há a fazer numa casa.

custa tão pouco...

Ontem, antes do cinema, num jantar normal de um restaurante normal destes franchisings que abundam em centros comerciais, fomos servidos de uma forma que deveria ser normal, mas que se tornou a excepção*.

O empregado era educado, atendeu o pedido com prontidão, pediu desculpa pelo atraso no serviço de cozinha (expectável dado o surpreendente movimento que não deixava uma mesa vaga e mantinha filas de pessoas às portas de todos os restaurantes, apesar da crise!), a refeição estava bem feita, houve sempre uma palavra educada a acompanhar a entrega das bebidas ou do talher sobresselente. O normal!

Salientei o profissionalismo e simpatia ao empregado quando lhe paguei a conta e ele agradeceu de forma sincera. E acrescentou na sua pronúncia brasileira "hoje em particular agradeço as suas palavras; faço anos e sinto-as como um presente de aniversário".

Custa tão pouco fazermos a vida uns dos outros mais fácil...

* por acaso, e para ser absolutamente honesta, naquele centro comercial (o Allegro) talvez por estar a começar, a simpatia dos funcionários é uma constante em quase todas as lojas.

Friday, October 03, 2008

no estrangeiro

De cada vez que tenho oportunidade de assistir a uma conferência, visitar uma exposição ou simplesmente deambular pela cidade sem objectivo nem obrigação, sinto-me como se estivesse no estrangeiro. De férias no estrangeiro.
É que as saídas lá fora têm esse condão de nos devolver um olhar atento e aberto à novidade que perdemos nas rotinas do quotidiano. E essas conferências ou visitas projectam-nos para novas ideias ou velhos mundos.

Foi o caso de duas palestras a que assisti no fim de tarde da última quinta feira, uma pérola inesperada por 5 euros, organizada pela Agência Lisboa E-Nova.
O tema: Place Making; os oradores Cynthia Nikitin (do Project for Public Spaces www.pps.org) e Mário Alves (Assessor do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa para a área da mobilidade).

Entre descrições de projectos mais ou menos bem sucedidos, dos problemas que se enfrentam para convencer os poderes públicos e os investidores privados da importância do espaço público, foi um desfiar de exemplos, teorias e práticas, sugestões de leitura, estimulantes e inspiradores.

Lembraram-me as investigações do George Perec baseadas nas observações da cidade a partir de uma esquina.

Deixo algumas referências interessantes:
http://www.mentalspeedbumps.com
http://improveverywhere.com/2008/01/31/frozen-grand-central/ (os responsáveis por aquela iniciativa extraordinária de "congelar" as pessoas na Grand Central Station em NY)
http://www.wired.com/wired/archive/12.12/traffic.html (artigo sobre Hans Monderman, engenheiro de trânsito com uma visão radical sobre o assunto)

e uma boa frase ouvida durante a conferência: "Even falling on your face is moving forward"