Dei um salto no fim da tarde de Domingo passado à Inspired Lisbon, no Palácio Valadares, ao Carmo, curiosa sobre o programa ambicioso e aliciante que apresentava, e com pena de não ter assistido às sessões anteriores, cujos temas prometiam.
Do programa "um projecto cultural que pretende estimular a discussão e o debate crítico de temas actuais, e responder a questões levantadas pela comunidade criativa" retive o Banco de Conhecimento Comum (BCC) e respectivo Mercado de Conhecimento Livre (MCL); um documentário sobre Curitiba, enquanto experiência de urbanismo e sustentabilidade; as Future Asked Questions, com apresentaçao de processos criativos como resposta a essas questões e finalmente a World Changing, uma vídeoconferência de Allex Steffan sobre desenvolvimento sustentável.
Como não consegui assistir a nenhuma das conferências, não me posso pronunciar sobre esses conteúdos. No entanto, a minha deslocação valeu-me um enorme desapontamento.
Pese embora a simpatia dos "hospedeiros" e o entusiasmo ingénuo dos estudantes presentes, muitas coisas não resultaram a favor da credibilidade do projceto.
O espaço não convenceu (a decadência das instalações nem era assumida nem resolvida com a pintura de branco das paredes ou a alcatifa barata a cobrir o chão de madeira, provavelmente carunchento); as exposições presentes variavam entre o minimalista (projectos de copos da Bombay Sapphire), o inconsequente (escolhas de objectos dos designers convidados pela MUDE para as FAQ*) e o francamente mau (do négligée intencional ou não dos projectos de estudantes da ETIC); a vídeo-conferência não teve lugar por problemas técnicos, nem alternativa, por falta de planeamento; os resultados expostos do BCC e MCL eram confrangedores (aprender a fazer sushi, arrumar a casa ou fazer yoga, não me parecem as sugestões mais originais, estimulantes ou ricas para abrir um Banco de Conhecimento Comum; propor a reflorestação das serras portuguesas neste contexto, ainda menos!)
Enfim, much ado about nothing.
*neste caso apetece-me dizer "irresponsável", dado que organizada pelo Museu do Design que devia saber o quanto o design sofre de cada vez que estas leituras descontextualizadas são feitas para o grande público: aumentam a desconfiança sobre o design e os designers, associando-os à inconsequência. Noto ainda a falta de uma apresentação convincente, com as explicações apresentadas em folhas de papel singelamente (des)coladas na parede.
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