O livro Solares de Portugal, com belas fotografias de António Homem Cardoso, que tive o prazer de paginar, lança-nos para a estrada, à procura destes paraísos escondidos. É claro que se trata de uma realidade filtrada, pela lente e olho editor, mas como dizem que a fotografia não mente...
Porque é que os actuais arquitectos de estádios de futebol não conseguem ter a atitude discreta nas suas intervenções, promovendo obras integradas no ambiente, como é o caso do belo estádio do Belenenses?Aproveitando uma pedreira desactivada, com uma cobertura metálica discreta que se funde na cor local, sem alarido nem elementos supérfluos, cumpre o seu papel e torna-se um espaço de frequência apetecível.Enquanto que o Belenenses, a escassos metros do local mal se vê, a maior parte dos estádios construídos ou adaptados para o Euro 2004 transformaram-se em imposições à paisagem, pela minha parte totalmente indesejadas.
Parece que cometi o erro de dar a obra do pai ao filho, pelo que me desculpo, mas a quem felicito, por tão honrosa filiação. Por esse facto e com a promessa de voltar a pesquisar sobre ele para completar a informação não retiro o que recolhi no site do Instituto de Camões:
Durante a adolescência, Carlos Ramos conviveu, graças à profissão e conhecimentos de seu pai, com a elite cultural e intelectual do país, crescendo num ambiente pautado pela música e pela arte. Depois de conhecer e privar com o arquitecto Ventura Terra, decide seguir arquitectura e, em 1915, faz o exame de admissão a arquitectura com os seus amigos, Cottinelli Telmo, Paulino Montez e Leitão de Barros. Durante o curso, tem como colegas Cristino da Silva, Pardal Monteiro e Carlos Rebelo de Andrade, formando o que considera ser o maior lote de arquitectos que a Escola de Lisboa jamais formara.
O velho mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água e a bebesse. Qual é o gosto? - perguntou o Mestre. Mau - disse o aprendiz. O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e a deitasse num lago. Bebe um pouco dessa água, disse-lhe Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou: Qual é o gosto? Bom!, disse o rapaz. Sentes o gosto do sal?, perguntou o Mestre. Não, disse o jovem. O Mestre então, sentou-se ao lado do jovem, pegou nas suas mãos e disse: A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando sentires dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a tua volta. É dares mais valor ao que tens do que ao que perdes. Noutras palavras: é deixar de ser copo para tornar-se um lago.
Ultimamente tenho a impressão que não me vai abandonar esta sensação de estar permanentemente a ser esticada.
Com pouco trabalho > sem poder respirar. Nem um ai de ninguém > telefonemas, convites, cartas, mails aos molhos. Um dia cheia de vitalidade > noutro dia a arrastar-me. Eu sei que é normal a vida ser cheia de altos e baixos, torna-se mais rica, e coisa e tal, mas tem que ser assim tão sem parágrafos? Agora apetecia-me sossego. E mais não digo para não pensarem que este blog é confessional.